domingo, 13 de fevereiro de 2011

Prece por Minutal

Não acredito em Deus. Acredito em milagres, rezo para que aconteçam.
Movo rabinhos de lagartixas, olhinhos de ETs, reflexos de estrelas no meu caldeirão, me emprestando com humildade e delícia à quem ou ao quê milagres faz.
E Minutal está diante de meus olhos.
O brilho dele, a beleza e a poesia, o afeto e a doçura de quem o fez e de quem escreveu se refletem nos meus olhos.
Eu sorrio, feliz por portar em mim esse reflexo, desejante de refleti-lo por aí afora.

E rezo:
que possamos nos encantar preservando a magia dele,
que saibamos acolher as nossas diferenças carinhosamente,
que suportemos o silêncio e a palavra,
que façamos dele um elixir para nosso exercício criativo,
que transmitamos nele aquilo que conseguirmos tirar de nós,
que tirando de nós, saibamos que não nos pertence mais.
Que não nos pertencendo mais saibamos que nem ele nem nada nos pertence realmente.

Portanto, o que vier nele em direção a nós também não é para nós, nem nosso.

Tudo aquilo que pensamos ser nosso tem um estatuto imaginário.

Que Minutal seja assim,
acolhedor do que nasce no instante,
encantado a ponto de se sobrepor a nós,
livre da gente,
libertador.

Elisabeth Almeida- 12 de fevereiro de 2011

3 comentários:

  1. Querida Beth,

    Dizer da experiência dos encontros, a partir dos olhos de quem chega.
    Posso lhe dizer o seguinte: cheguei no primeiro encontro (e nos demais) com a taça vazia...de psicanálise, o que é formidável, pois me permite exercer, sem restrições, escolhas e, ainda, me permite expressar-me única e exclusivamente com base na minha sensibilidade a partir do que vivencio nestes encontros. Para mim, que não conhecia a psicanálise e não tinha seus princípios como verdadeiros, é extremamente fácil passear nos seus conceitos livremente e dizer coisas que, a um psicanalista convicto, pareceria incongruente ou ilógico.
    Por isso que, logo no primeiro encontro, sem qualquer pudor em relação aos outros ou a mim própria e sem exercício mental fundamentado, expressei coisas do tipo: "Esse esvaziamento total a que você se refere é utópico". Esta afirmação não passou pelo filtro dos conceitos psicanalíticos (porque não os tinha e não os tenho), baseou-se nas percepções pessoais colhidas no decorrer do encontro.
    Obviamente que não estou lá para contestar nada e, como não se trata de um curso, também não sou ouvinte passiva.
    As impressões de cada um lá externadas e discutidas é que permitirão, no meu entender, construir algo a partir do tema proposto.
    O olhar de quem chega (o meu,em especial), é, portanto, receptivo, tende a ser instigador e, eventualmente, servirá de contraponto.
    Se me permitir, direi das minhas percepções pessoais em relação ao conteúdo dos encontros. (Baseadas na sensibilidade apenas, porque sou leiga). Em outras palavras: vou dizer, eventualmente, muita bobagem e espero contar com a sua compreensão.
    Um grande abraço.
    Eliane.

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  2. Querida Eliane,

    É bom saber que está sendo rico pra você. Obrigada pelo retorno, isso é muito importante. Ontem você me permitiu pensar algumas coisas pelas quais te agradeço muito também.
    Sim, no momento eu estou fazendo este registro. Não sei se já tem algum postado no Minutal, mas acho que sim. Se não tem, está quase indo, talvez na fase de revisão.
    É que estou com uma meia dúzia de textos mais ou menos na cabeça... uns de quinta, outros de terça... tenho (temos) que entrar lá pra ver. Mas sairão. é uma forma um pouco especial de registro porque, ao escrever, já passou o encontro e algumas coisas se processam, avançam. Eu gosto mto disso. Depois trago pro grupo no outro encontro. E avançamos. Com prazer!
    PS: se vc quiser escrever algo sobre sua experiência nestes três encontros, faça-o, manda pra mim. Talvez fosse legar postar isso. A partir dos olhos de quem chega...
    beijo,
    Beth

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